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BLOG DO NEWTON AGRELLA

CULTURA, SOCIEDADE, FILOSOFIA E MAÇONARIA

UM ESPAÇO DE LIVRE EXPRESSÃO DE PENSAMENTOS E DEBATES

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AGENDA DE PALESTRAS

​"SABEDORIA E CONHECIMENTO" 

DIA: 28 DE SETEMBRO DE 2021

HORÁRIO: 20H00

AUG:. E RESP:. E BENEF:. LOJ:. SIMB:. FRATERNIDADE, AMOR E JUSTIÇA

BAHIA. BRASIL

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A VERDADE, UM BEM INATINGÍVEL

Uma das manifestações naturais que se desenvolvem no ser humano desde muito cedo é a Verdade, com o intuito de desejar compreender o universo, isto é;  como divisamos os acontecimentos, as situações, bem como aquiescemos que tudo aquilo que as pessoas nos contam seja dotado de credibilidade e certeza.


Assim, se constrói a importante idéia da Verdade, que é um dos objetivos da especulação filosófica e da razão da vida,  de modo que possamos nos desenvolver e encontrar propósitos e justificativas para a nossa existência.


Verdade substantivo abstrato,   tem sua etimologia no Latim. 


A palavra advém de  "VERUS" que significa "real, verdadeiro". 

A forma substantiva em Latim é "veritas, veritatis,"


Seu significado no plano semântico e literário refere-se aos fatos que correspondem aquilo que é real, que não está escondido, daquilo que se manifesta como é, ou existe como tal.


Os grandes pensadores e filósofos da humanidade sempre buscaram estabelecer um conceito irrefutável sobre a Verdade, como instrumento de valor traduzível, tanto sob a ótica metafísica quanto gnóstica. 


Contudo, a Verdade é um conceito que não se determina, ela simplesmente existe e desperta dentro de cada um de si, e se convenciona como base e sustentação que permanece inalterável a quaisquer circunstâncias e contingências.


A Verdade é uma propriedade que tem a prerrogativa de se instalar na mente e no espírito, a que os gregos chamam de "alétheia" que quer dizer o não oculto.


A Maçonaria, quando propõe em sua essência filosófica o aprimoramento do templo interior humano, através da Simbologia, ela incita a capacidade especulativa do homem de se auto-conhecer e sobretudo aprimorar seu nível de consciência, para compreender seu papel em sua própria existência.


O postulado menos provável em que homem deva se debruçar, seja talvez o da chamada "Verdade Absoluta", tantas vezes pronunciada aos quatro ventos,  mas que como conceito incondicional e indiscutível inexiste, pois o tempo molda e dá sentido à Verdade, de acordo com aquilo que vai se tornando um ponto de convergência para determinados grupos sociais e que atenda a uma forma comum de entendimento.


A discussão sobre a "Verdade", como um princípio da expressão humana, hoje e sempre vai se deparar com uma série de paradoxos, uma vez que a características contraditórias e as versões sobre seu significado encontram ecos que soam em diferentes direções.


Por isso, sua busca constitui-se num bem infinito.


A Verdade não tem dono, tem caminhos. 


Ela é uma disposição particularmente humana, cuja dificuldade para sua definição  encontre justificativa em nossa própria imperfeição.


NEWTON AGRELLA

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COMPRE SEU INGRESSO

Você já parou algum dia pra se perguntar como os outros o vêem ?


Já se questionou como a sua  "pedra bruta" consegue absorver cada impacto do maço no cinzel e quão profundos são os fulcros produzidos ?


Até que ponto os seus limites toleram críticas e observações que o desagradam ?


Pois é... via de regra,  procuramos passar longe dessa perspectiva; ou pelo menos do olhar analítico e das impressões  que os outros possam ter a nosso respeito...


É o tal do medo à rejeição, do julgamento e do temor de sabermos como somos vistos do outro lado da história.


O lado A é aquele que somente nós queremos ver e esperamos que os outros também o façam.

É o lado de nosso marketing pessoal onde vendemos a nossa imagem mais brilhante e atraente. 


Já o nosso lado B é aquele em que tentamos a todo custo esconder de nós mesmos e dos outros.  É o lado de nossas limitações, nossos medos e nossas fragilidades. 

É aquele que fingimos que não existe. Ou pelo menos tentamos disfarçar...É onde reside nossa essência mais primitiva e menos edificante. 


Contudo, é inegável que há uma transparência em cada um de nós que não nos impede de revelarmos todo o nosso dualismo.


Cabe lembrar que esse Dualismo é baseado

na  disposição de dois princípios ou de  duas realidades opostas, inconciliáveis entre si e que não admitem uma coalizão de idéias ou de sentimentos e tampouco uma recíproca subordinação.


Quem sabe o ser humano seja perfeito em sua Imperfeição;  considerando que somos e trazemos em nossa essência: matéria e espírito; amor e ódio; força e fraqueza; altos e baixos...


E  então, vamos nos revelar somente no Lado A, ou daremos alguma tênue chance ao lado B?


Esse é o teatro da vida !


NEWTON AGRELLA

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O 3O.LANDMARK E SUA IMUTABILIDADE"
(UM BREVE CONCEITO SOB O CONCEITO DO R.'.E.'.A.'.A.'.)

Há muito que se verificam inúmeras tentativas de inovações na Ordem Maçônica, na ânsia do Homem querer ser o introdutor de um novo conceito filosófico. 


Mudanças até certo ponto insípidas e plenamente desprezíveis como substituições de algumas expressões sinônimas por outras, ou de meras reconstruções de textos, porém com o mesmo conteúdo semântico - no intuito de ganhar um novo aspecto de sua literalidade - tem sido uma constante na Maçonaria.


Apesar de tantas investidas contra a natureza de suas origens o 3o. Landmark do Código Landmarks compilado por Albert Mackey em 1723 no que se refere a "Lenda do 3o. Grau",  de um modo ou de outro tem tido sua integridade respeitada e plenamente reconhecida e adotada pelo grande maioria dos Maçons em todo o mundo. 


A Lenda do construtor do Templo constitui a essência e a identidade da Maçonaria. Pois, seja qual for o Ritual em que se tente excluir ou alterar o referido Landmark, e o mesmo deixaria de ser rigorosamente um "Ritual Maçônico". 


Cabe lembrar que a "Lenda do 3o.Grau" foi introduzida após o advento da Primeira Grande Loja, e a mesma é "amplamente" aceita e origina-se de uma lenda cujos fundamentos estão contidos na História Sagrada, quando da Construção do Templo de Salomão. 


Esse landmark, particularmente encerra em si, o postulado da Maçonaria na elaboração de seus três Graus Simbólicos universais, os quais fazem referência ao processo de nascimento, crescimento e maturidade do ser humano, que culmina com o seu ocaso. 


Sem incorrer no conteúdo dos augustos mistérios do Grau de Mestre Maçom - trata-se pois,  da Lenda de Hiram Abiff - o arquiteto construtor - cuja narrativa está contida no Ritual do 3o. Grau - que enseja simbólicamente o desenvolvimento da nossa construção Interior. 


Como se sabe, uma Lenda é baseada sempre numa tradição oral, cujos valores de autenticidade necessariamente não são passivos de provas sobre ela, porém não se pode dizer que o fato ou a situação não existiu, tendo em vista que seu advento é fruto de experiências ao longo da História.


Uma Lenda está sempre calcada na cultura da transmissão de um acontecimento de gerações para gerações. 


O Terceiro Landmark não é mencionado desde os Primeiros Graus, porque sem que se tenham os conhecimentos fundamentais do Primeiro e do Segundo Grau, não se pode compreender o mistério da Vida, da Morte e da Ressurreição. 


O princípio que envolve esse Landmark é o que leva o Homem a estudar o segredo da Vida que é afirmação e da Morte que é negação. 


Esse Landmark é comum aos Ritos Maçônicos e portanto de um modo ou de outro, sob uma interpretação ou outra, sua existência é uma condição inconteste. 


Joaquim Gervásio de Figueiredo em seu "Dicionário de Maçonaria" afirma que "...não existe atividade maçônica sem este 3o.Grau - ante o qual os dois graus anteriores são de cunho preparatório. 


Já os graus superiores ou filosóficos são basicamente expressões da Simbologia Maçônica Especulativa". 


A moral do 3o. Landmark se consagra através da Luta incessante em prol da Verdade, da Justiça e do Bem contra a Ignorância, o Fanatismo e a Ambição. 


Com uma porta sempre aberta a discussões há correntes da doutrina Maçônica que pretensamente entendem que os Landmarks, como princípios universais da Ordem, não tenham sido obra de nenhum legislador, como escreveu o eminente autor Nicola Aslan em sua obra "Landmarks e Outros Problemas Maçônicos - Estudos p.13 " os quais defendem a idéia de que os Landmarks são usos, costumes e leis universalmente reconhecidos, existentes desde tempos imemoriais, que se constituem em princípios fundamentais da Ordem. 


O que conta afinal, é a preservação deste, que é o "3o. Landmark" - no qual a essência de toda a obra maçônica se alicerça e cuja propriedade revela a sua perenidade. 


Esse tema palpitante e tão profundo merece outros capítulos e permanentes estudos, pois é nesse processo Especulativo, sempre na busca incessante da Verdade e do Conhecimento, que o Maçom se reveste do codinome de Livre Pensador.


NEWTON AGRELLA

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GRÃO-MESTRE E PRONOMES DE TRATAMENTO

A liturgia e o tom solene são características marcantes da Sublime Ordem, que se refletem  na sua própria configuração linguística e vocabular.


As Formas de Tratamento ou pronomes de tratamento de que a Maçonaria se vale para se referir ou se dirigir especificamente a um "Grão-Mestre" estão ligadas à linguagem da Corte e da Nobreza européia em sí.


Não cabe contudo, determinar o que é certo ou errado, posto que as diferenças são atribuídas às próprias  influências históricas e culturais e de que forma a Maçonaria adotou-as.


Especialmente em nosso país, o Grande Oriente do Brasil e a maioria dos Grandes Orientes Independentes adotaram o termo "Soberano". 


Por outro lado, as Grandes Lojas brasileiras optaram pelo pronome de tratamento "Sereníssimo".


Não havendo portanto um consenso nesse sentido.


Historicamente, o termo advindo da Maçonaria Inglesa é "Most Worshipful"  (Mui Venerável) que para a língua portuguesa assumiu a tradução e versão de "SOBERANO".


O verbo "to worship" significa, venerar, adorar, cultuar, admirar...


Outrossim, SERENÍSSIMO, de acordo com registros históricos, foi o termo utilizado  na França em 1743.


Louis de Bourbon, Conde de Clermont, havia sido eleito primeiro Grão-Mestre da Grande Loja da França. 


Por tratar-se de um príncipe de sangue real, ele tinha o direto de receber o tratamento de "SERENÍSSIMO".  


Fato é, que por uma questão de circunstâncias e especialmente em face do carisma e preciosismo que ambos pronomes representam, bem como em razão da importância de que o cargo se reveste, os dois termos acabaram sendo adotados pelas Obediências brasileiras, ao critério de cada uma.


Cabe ainda destacar que de acordo com alguns historiadores maçons brasileiros, o pronome de tratamento originalmente utilizado pelo Grande Oriente do Brasil ao referir-se ao Grão-Mestre era "SAPIENTÍSSIMO", que acabou caindo em desuso.


Sob o ponto de vista semântico,  "sereníssimo", como superlativo do adjetivo sereno, remete à ideia daquele que possui serenidade de espírito, calma e tranquilidade, ou seja; atributos importantes a um Grão-Mestre.


O Grande Oriente de São Paulo, após sua desfederalização do Grande Oriente do Brasil em 15 de Setembro de 2018, acabou adotando, em razão das circunstâncias históricas, o termo SERENÍSSIMO para se referir ao seu Grão-Mestre.


Ao final das contas, tratam-se de dois títulos de distinção que concomitantemente traduzem o respeito que os maçons prestam a autoridade maior da Obediência a que fizeram seu juramento ou compromisso.



NEWTON AGRELLA


Referências:

Castellani - Fragmentos da Pedra Bruta

Cumming I. - Freemasonry and Education 

Dicionário Oxford

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A BELEZA EXPOSTA DE CADA UM (A ESTÉTICA MAÇÔNICA)

A Beleza significa o preço das coisas sublimes.


O filósofo grego Platão 

entendia que um conceito de Beleza só é possível de ser enunciado quando o mesmo não possui um interesse na coisa que estamos considerando. 


Como a Beleza obedece a um critério subjetivo, e que se sustenta num plano  metafísico,  o interesse na matéria por ela mesma não importa, pois o corpo físico envelhece, perde o viço, a exuberância e a argumentação da Beleza assim se esvai.


Na essência filosófica maçônica a Beleza assume um caráter e um protagonismo estético interior,  em que o Homem se situa entre dois polos. 


O  mundo natural onde residem todos os nossos vícios e paixões sensíveis que nos envolvem e são de ordem inferior e o mundo perfeito das idéias.


O critério para avaliar o que é a Beleza tem efeitos na nossa própria Existência e influenciam a forma como nos relacionamos com as pessoas e nos colocamos no mundo.


Mesmo tendo surgido dentro do âmbito filosófico, o conceito de Beleza,  enquanto ideal, reflete de várias formas o que buscamos na vida através de um objeto de afeto, e de inúmeros outros objetos que passamos a vida procurando.


Assim,  a Beleza que o maçon busca para se revestir é a interior, ou seja, aquela que é proveniente da resolução de princípios, da firmeza de caráter, da excelência moral e da tolerância para com os outros, que deve ser instrumento de sua conduta.


Beleza não se põe à mesa, carrega-se simplesmente na alma, no cérebro e no coração.


NEWTON AGRELLA

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UNIVERSIDADE,  AS 7 ARTES E CIÊNCIAS LIBERAIS E A SUBLIME ORDEM

A Maçonaria constitui-se antes de mais nada numa instituição filosófica de caráter iniciático, especialmente a chamada "Maçonaria Especulativa", cuja narrativa é a marca registrada que se manifesta no processo de nosso aprimoramento interior.


Sua característica é antes de mais nada, antropocêntrica, hominal, histórica, lendária e cultural, onde a busca da verdade se instaura por meio do Estudo, da Pesquisa e da Investigação.


Além disso, sua essência é adogmática, cabendo ao Homem, explorar suas propriedades intelectuais e trabalhar seu íntimo através da Liberdade de Pensamento na busca da Consciência.


Esse breve preâmbulo serve como instrumento para associar a questão do surgimento da Universidade e das 7 Artes e Ciências Liberais, tão íntimamente ligadas à base arquetípica maçônica.


A origem da palavra UNIVERSIDADE advém do Latim "universitas", que por sua vez está associada ao substantivo Universo, determinado no latim como "universus",


A etimologia compõe-se de: "unus" que corresponde a uma única unidade.

Do particípio passado do verbo vertere, "versus" que significa virar, verter, mudar.

E por último a adaptação do sufixo "dade" , na forma latina "tas",  como agente de qualidade


Na Idade Média, o termo "universitas" era usado para designar o grupo de estudantes e professores que formavam os primeiros centros de ensino superior fora das ordens religiosas.


A  Universidade tem sua origem formal, portanto na Idade Média.


A referência do termo UNIVERSIDADE e seu significado primitivo no século XIII, remetia ao conceito de um conjunto de mestres e de estudantes na mesma escola e ligados pelos mesmos interesses culturais — " "Universitas magistrorum et scholarium"  


Desse modo, Mestres e estudantes formavam uma espécie de corporação.


A partir dessa relação, inicia-se um tímido, porém reconhecido processo de desenvolvimento intectual que permitia criar uma forma de Pensamento e de Conhecimento, de algum modo desvinculado dos rígidos princípios doutrinários e dogmáticos da Igreja.


Nasce a expressão 7 Artes e Ciências Liberais.


Leia-se "liberais" como um adjetivo que dava conta à possibilidade de libertar-se do obscurantismo, da liberdade de pensar, da liberdade de se obter acesso ao conhecimento de forma natural, contemplativa, lógica e racional e que propiciasse ao homem, o direito (ainda que de maneira um tanto tímida) de experimentar e explorar suas potencialidades.


Esse tesouro cultural, encontra pleno abrigo na Maçonaria, quando esta, absorve dentre seus postulados especulativos o TRIVIUM e o QUADRIVIUM.


Esses componentes foram  estabelecidos nas

 universidades europeias como os primeiros planos de estudo.


Dividiram-se assim em duas categorias: 

O  TRIVIUM composto por três áreas: 

Gramática, Lógica e Retórica.


E o QUADRIVIUM que consistia em 4 disciplinas:

Aritmética, Geometria, Música e Astronomia.


Dada a escassez de materiais para anotações, à época, o Mestre propunha um tema (a lectio) e em seguida os alunos começavam um debate sobre o mesmo (a disputatio).


Tal qual trazem-se às sessões maçônicas, nos chamados, Tempo de Estudo, ou Quarto de Hora, um Tema ou Trabalho para ser compartilhado e debatido entre os Irmãos, sob a devida condução do Venenerável Mestre, este saudável exercício intelectual é fruto dessa origem e inspiração histórica  que revela por si só a importância do estudo e do âmbito filosófico como fatores preponderantes para a evolução do homem.


NEWTON AGRELLA

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Calendário japonês

DATAS


Como é interessante darmo-nos conta do quanto que as datas mexem com o nosso interior. 


Elas nos direcionam, nos dão referências, atuam na sublimação de nossas experiências, evocam discussões sobre eventos que nos parecem mais próximos ou mais distantes, e nos enchem a alma de felicidade quando se referem às celebrações que compõem o acervo de nossa vida.


Datas marcam alegrias e tristezas, mas igualmente podem protagonizar o balsâmico papel da indiferença daquilo que se deseja esquecer.


Bem ou mal, as datas são marcos delimitadores de toda nossa história, tanto no caráter de nossas experiências contemporâneas, quanto na sua atemporalidade, cuja missão é a de manter-se como referência de tudo o que já passou e ficou registrado.


De algum modo, datas são vítimas de dúvidas, de suposições e até mesmo do próprio imaginário...


Ao iniciarmos uma narrativa com a famigerada expressão: "...Era uma vez..." , isso nos coloca diante do imponderado.


O que vem a seguir, é uma inspiração humana que se apoia no improviso, no talento e no poder do próprio tempo, para se tornar calendário irrrepresável do que se pretende contar...


Datas são meras convenções a que o que o ser humano se submete para que sua Existência encontre um caminho que possa conduzi-lo à consciência, esta sim, a real medida que alimenta a vida e nos torna pensantes e sensíveis a toda nossa compleição humana.


NEWTON AGRELLA

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Linhas de Colunas Clássicas

O TEMPLO E SUAS VERTENTES

Templo é uma palavra advinda do Latim "Templum" que etimológicamente significa local consagrado ao exercício do trabalho espiritual e ao culto às divindades.


Relatos históricos indicam que o "Templum" era o edifício cuja localização era determinada pelos áugures  que haviam recebido  uma consagração através dos pontífices.


"Áugure" era um título concedido às pessoas que na antiga Roma interpretavam sinais para as autoridades do governo.  


Os romanos acreditavam que os deuses revelavam seus desejos através de certos sinais ou agouros, como o trovão e o relâmpago, o vôo e o canto dos pássaros, e até mesmo por meio do movimento das serpentes.


Com o tempo, incorporou-se a idéia de que é exatamente no Templo onde a liturgia e a ritualística de uma celebração devessem seguir seus trâmites.


O próprio ambiente solene, bem como o perfil de sua arquitetura e aspectos simbólicos contribuem para que o ser humano possa de maneira mais profícua ocupar esse espaço e aprimorar seu desenvolvimento interior.


O Templo portanto, foi um legado histórico adotado pela Maçonaria, que o torna base de sua configuração.


E até mesmo por uma questão histórica e de respeito às tradições, a Maçonaria Especulativa manteve intacto esse princípio herdado da Maçonaria Operativa, cujas origens remontam às antigas Corporações de Ofício, construtores de templos, edifícios, igrejas, pontes e estradas, dentre outras segmentações de operários.


Se de um lado nos damos conta do Templo enquanto um edifício, uma construção, um prédio, ou seja; o Templo Material, por outro lado, sob a égide maçônica especulativa,  damo-nos conta do que os maçons chamam de "Templo Interior".


Este segundo, é aquele que diz respeito ao mais íntimo do ser humano, pois ele é a própria manifestação da vida que existe em cada um de nós.


Se no Templo Material, o vazio espaçoso, a escuridão e a meia-luz,  bem como o silêncio são elementos favoráveis e adequados para se instalar uma impressão densa e profunda, no Templo Interior é onde simbólicamente o trabalho de aprimoramento humano deve ser realizado.


Não é por acaso que a Loja (assembléia de maçons) também é chamada de Oficina. 


Sim, uma Oficina de Trabalho Interior, de aperfeiçoamento moral, ético, espiritual e intelectual na busca da Verdade por meio de instrumentos, ferramentas, sinais, toques, marchas e palavras, sempre associados aos elementos da "Construção".


O Maçom (Pedreiro) é na realidade um "Construtor Social", cujo propósito é o de trabalhar em prol de sua própria  evolução, bem como o de toda a humanidade. 


Do ponto de vista da Filosofia Maçônica,  o Templo pode ser interpretado como o local 

que permite ao homem experienciar e compreender aspectos ou a totalidade de seu mundo interior e a partir dessa experiência traçar um caminho fértil e consistente na busca de sua própria Consciência.


NEWTON AGRELLA

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SOBRE O AUTOR

Newton Agrella é graduado em Letras pela FFLCH - Universidade de São Paulo. Atuou por mais de três décadas na área de comércio marítimo. É tradutor e intérprete de 11 idiomas - inglês, espanhol, francês, alemão, italiano, romeno, norueguês, dinamarquês, árabe, maltês e latim. É mestre maçom, grau 33 e autor de livros, artigos e diversas publicações sobre a maçonaria.

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